* O Mundo Olhado *

16 março 2009

Mais um ano

Essa é uma estreia.

Começava o ano de 2008, e iludido e fantasiado eu fazia mil promessas no Mundo Olhado. Promessas não cumpridas que o tempo se encarregou de encobrir. As vezes você se dedica à "vida séria", e esquece das coisas que você gosta. Mas aquilo que está dentro de você, nunca some, não te engana. E escrever está dentro de mim. Felizmente.

No último post começava 08... ninguém imaginava o que veríamos e viveríamos naquele ano em que estreia ainda tinha acento. Fidel Castro renunciar a presidência de Cuba?? Quem diria. Já está na hora de abertura política e econômica pra disneilândia socialista. Indepêndencia reconhecida de Kosovo, arquivos da inquisição liberados pela Igreja, Eslovênia presidindo a UE, Bill Gates deixa a Microsoft, LHC, Olimpíadas, Fusão de Itaú e UBB etc.

Uau, parece que faz bem mais tempo!
Dos acontecimentos de 2008 ainda estão frescos na nossa memória e participando do nosso dia-a-dia: o acordo ortográfico para os países de língua portuguesa(apesar de ter entrado em vigor apoenas em primeiro de Janeiro); e a temida e incontrolável crise financeira. Ela que começou em 2 de Outubro, é considerada a pior desde 1929. Sem previsão pra acabar, é o colapso do sistema capitalista para alguns... mas isso só o tempo dirá.

É bom estar de volta,
saudações.

10 janeiro 2008

Promessa para 2008: Fênix.

E então, num piscar de olhos já é ano novo. E numa listinha de papel você observa mil promessas que deveria, mas não deve cumprir. Fazer dieta, ser mais dedicado, mudar de emprego, de cidade, de país, fazer plástica, pular de bung jump, fazer uma tatuagem, aprender a surfar, comer menos, comer melhor, aprender a cozinhar, casar etc. Na minha lista amassada e esquecida, eu observo alguns objetivos sem sentido e outros que não geram vontades. No meio deles vejo “escrever mais”. E logo percebo que este não é um objetivo qualquer. Se 2008 é um ano que começa melhorado em aspectos como emprego, faculdade e namoro; é um ano que começa defasado em uma das artes que mais gosto, a de escrever. E, para me remoer em mal-estares por não escrever tanto quanto em outros tempos, nenhum lugar melhor pra freqüentar que o Microsoft Word e nenhum lugar pra me desculpar mais sensato que... meu abandonado e triste Mundo Olhado. Que hoje já não deve gerar ao menos um visitante sequer, mas tanto faz. Este post não é para meus amigos e para interessados, como os que eu apresentava neste blog, este é um desabafo próprio de alguém que está arrependido, mas que está fazendo por onde... Talvez naquela lista amassada alguns tópicos importantes fiquem pra 2009, pelo menos um deles, um singelo e quieto “escrever mais”, desabrochou.

Abraços, e desculpem pelos 295 dias sem postar e sem ao menos me despedir.

21 março 2007

Luto Rio de Janeiro, Luto.

De certa forma, parte do luto que a população da cidade do Rio de Janeiro se encontra hoje em virtude da crescente onda de violência, e dos recentes assassinatos, tem origem justamente por quase escolha dela.. No dia 23 de Outubro de 2005, quando a população carioca foi às urnas votar no referendo sobre a comercialização das armas de fogo, ela não estava manchada de sangue dos recentes atos deploráveis que tanto denegriram nossa imagem mundo a fora, hoje em dia, caso houvesse outra eleição enfocando esse mesmo tema, talvez a população fosse mais consciente e votasse contra as armas.
Devido a escolha da população de poder “defender-se” com armas, pode-se dizer que o combate às mesmas foi dificultado e que a quantidade de armas existentes no país, ilegalmente ou legalmente, não diminuiu, pelo contrário, só cresceu, e é nesse cenário que podemos afirmar que pessoas morrem e morrerão vítimas das mesmas.
A mesma população que votou NÃO a proibição das armas, hoje chora a perda dos seus filhos, pais e amigos vítimas de balas perdidas. Os 61,89% que escolheram portar armas de fogo, deveriam ter pensado poder se defender com as mesmas, mas... defender-se de quem? Hoje em dia o nível da violência é exorbitante, crianças já empunham armas antes de completar 12 anos, adolescentes desfilam com seus fuzis AR-15, o tráfico importa granadas, bombas, lança - mísseis e outros. Como um cidadão de bem, despreparado no uso em si da arma e despreparado psicologicamente, pode defender-se com seu revólver 38? Não dizem por aí que em um assalto o PIOR a se fazer é reagir? Então, população brasileira, fluminense e carioca, de que adiantou manter sua velha companheira arma em seu poder? Talvez isso tenha adiantado sim, adiantado para continuar com a taxa de furtos de armas altíssima pelos bandidos, que usam a arma roubada do cidadão de bem para matar a menina no metrô, balear e deixar paraplégica outra na porta do banco, pra assaltar o carro, rouba-lo e deixar o filho das vítimas do assalto preso no cinto de segurança etc.

Luto Rio.
Pela violência, pelo descompromisso, pela omissão e pela falta de políticas preventivas mais incisivas e severas.

13 fevereiro 2007

Poesia em casa em 2007.

Neste novo ano que se inicia um projeto inovador. Aliado ao Blog O Mundo Olhado, surgirá em formato de BLOG ou SITE o projeto que nem nome definitivo tem ainda. Talvez seja “Poesia Postal” ou “Poesia em Casa”, ou qualquer coisa do gê nero.

A idéia é simples e pretendo que seja barata, mas a proposta é ousada. Nesse mundo agitado e corrido em que vivemos, onde mac temos tempo pra respirar, o projeto visa fazer com que qualquer um que deseje e se inscreva, receba em casa, 2 vezes ao mês, poesias de Carlos Drummond de Andrade e de outros mitos da literatura brasileira.

Para quem se inscrever no blog ou no site, eu mesmo selecionarei e enviarei duas vezes ao mês as poesias. Esse projeto quer que entre um orkut e uma televisão, entre o futebol e a janta, entre a vida normal e a vida normal, a pessoa que receba a carta-poesia dedique 10 minutos para lê-la, 5 pra interpretá-la e que a leve consigo a vida inteira.

A idéia é recente e será aperfeiçoada. Pra quem gostou da idéia e quer dar apoio, eu precisarei. Tenho certeza que, pelo menos dos amigos que me lêem aqui no Mundo, o projeto será muito bem recebido.

‘Culturalizando’ a população.

Mundo Olhado e “Poesia Postal” / “Poesia em Casa”

(Mande sua sugestão para nomes!)

07 fevereiro 2007

Uma tradição chamada O Pequeno Príncipe

Há 7 anos atrás, meu avô me dava um livro; na dedicatória se lia: “...uma leitura que vai dos 8 (oito) até os 80 (oitenta)...” e ainda “...a leitura é um dom de ou para poucos.” Sábias palavras. O nome desse livro era “O Pequeno Príncipe”, um clássico da literatura mundial. De lá pra cá, criei o hábito de lê-lo ao menos uma vez por ano. Em 2007 já cumpri a minha tradição e, mais uma vez, fiquei surpreso com a versatilidade do Pequeno Príncipe, com as múltiplas interpretações possíveis, com o aprendizado para todas as idades que o livro transmite, mais uma vez, me impressionei ao ler esta obra de Saint Exupéry.


Mas desta vez, uma parte em especial me chamou bastante atenção. A parte em que a raposa ensina ao principezinho que na vida nós temos bastante de tudo, podemos observar inúmeras coisas/pessoas iguais, mas as que nós devemos dar real atenção são as que nos cativam. Ao ler esse trecho do livro, eu sentia como se Saint Exupéry estivesse em conexão direta comigo, isso apesar de o mesmo ter falecido a quase seis décadas. O sábio ensinamento da raposa, tão bobo, era exatamente o que eu queria e precisava escutar. À raposa, Saint Exupéry e ao Pequeno, porém gigantesco Príncipe, o meu muito obrigado pelo “conselho” e pela maravilhosa lembrança do trecho lido, e a certeza de que nos veremos mais por esse e pelos próximos anos.

Frisando a sábia frase do meu avô: “...a leitura é um dom de ou para poucos.” Vamos torna-la um hábito universal. Você, caro leitor, há quanto tempo não lê um livro? O que está lendo agora? O quer vai ler amanhã? Quantos você leu por vontade própria?

Leiam, sempre.
Abraços

06 fevereiro 2007

Big Farsa Brasil

Big Farsa Brasil


O reality show da Globo, o Big Brother Brasil, causador de muita polêmica entre as pessoas e provocador dúvidas como as se o programa é válido ou não, se é inútil ou não ou mesmo se ele é real ou não entrou na sua sétima edição revigorado, mas entre as mudanças está a quase certeza da não realidade na escolha dos “brotheres”. A seleção de participantes nesta edição se mostrou ser uma armação muito grande. Já é de outros Big Brhoters que essa falcatrua vem reinando, em uma das últimas edições, a participante Marcela era amiga pessoal de Galvão Bueno, que apesar de ser chato, tem bastante prestígio e diria que até poderes dentro da emissora; em outra versão do reality show, tinham dois modelos da mesma agência que já previamente se conheciam, e por aí vai.
Mas nesta edição, a de número 7, a armação que é o programa sobressai muito mais aos olhos dos telespectadores do que as outras. No começo deste Big Brother 7, o participante Diego, conhecido na casa como Alemão, assumiu em uma festa que não precisou enviar vídeo algum para avaliação nenhuma sequer pra entrar na casa. Mais recentemente, a participante Irislene, conhecida na casa como Siri, ao se deparar com um paredão o qual não a eliminou, foi dar sua declaração no confessionário do porquê deveria permanecer na casa e ... OPS! Acabou soltando: “Eu estou malhando há 1 ano pra entrar na casa bem, deixei de comer lanches na minha faculdade 1 ano, estou me sacrificando...”. Pêra aí, um ano? Como se o período de inscrições abre apenas a alguns poucos meses antes do início do programa? Big Farsa Brasil.
Que o BBB é falso, isso ninguém duvida, que aqueles que estão lá participando não estão por sorte, qualidades ou competências, isso também não, que ele estão por QI (Quem Indique), todos sabemos. Agora, a partir do momento que a Rede Globo e o Multishow veiculam programas menosprezando, ridicularizando e fazendo pouco caso de pessoas comuns que mandaram suas gravações pra lá na esperança sincera de serem convocados pra participarem do programa, aí já vira uma palhaçada das emissoras. Se alguém enviou um vídeo para o programa, não foi na intenção de parecer um babaca em programas como “Nem Big Nem Brother”, foi na intenção de serem possivelmente convocados para o programa, convidados de maneira limpa, sem indicações e sem amizades com Galvão Bueno, Boninho, Bial e outros.

28 janeiro 2007

Ah, como o Rio faz falta!

Rio, terra de contrastes, cidade maravilhosa cheia de belezas e desigualdades, QUE SAUDADE DE VOCÊ.

Há algo de especial no Rio de Janeiro, é uma cidade apaixonante que faz falta em todos seus aspectos. Eu que vos escrevo, estou habitando há um mês a fantástica Curitiba, a cidade “perfeita”, a capital européia, cheia de planejamentos e pessoas educadas; mas confesso, o Rio do trânsito, do calor insuportável, dos botecos, das praias, dos malandros, do Aterro, o Rio mesmo, ele faz falta, e como faz.

Um poeta estrangeiro dizia que o Rio não era a “cidade maravilhosa”, que era uma paisagem maravilhosa contendo uma cidade. Grande equívoco! O charme do Rio vai além das belezas estéticas e naturais, parte da maravilha desta terra está nas imperfeições, e, garanto que vivendo um mês numa cidade exemplar, eu sinto falta dos detestáveis flanelinhas, sinto falta do ódio que sentia em dirigir 5 quadras a mais só pra procurar uma vaga; e sinto falta também das maravilhas que só o Rio oferece, como o mate de galão na praia, uma das paixões cariocas, principalmente quando misturado com o carioquíssimo Biscoito Globo. Ah que saudade de ouvir biscoito, e não bolacha. Saudade também de pedir um cachorro quente com salsicha, e não com vina; de chamar estojo de estojo, e nunca de penal; de falar “pôça” e não “poça”; saudade de jogar bola com os moleques ao invés de jogar com os piás; saudade, saudade...

Mas esse sofrimento de ausência da minha cidade querida logo vai acabar, dia 30 meu avião chega ao Rio e, com certeza, estarei escutando no ipod o Samba do Avião. Nada mais apropriado pra situação, ainda mais descendo no aeroporto Tom Jobim e ainda mais quando o mestre carioca completaria 80 anos.

“Minha alma canta,
vejo o Rio de Janeiro,
estou morrendo de saudades!
Rio seu mar, praias sem fim,
Rio você foi feito pra NÓS”

Mudando um pouco de enfoque...

Estranho, mas analisando friamente Curitiba, uma cidade que eu AMO, eu observo que a perfeição do povo curitibano esconde uma angústia e um desgosto por trás, esconde uma tristeza. Esta cidade está cheia de convenções e as pessoas tentam o máximo que podem se manter “na linha”. Acontece que essa atitude reprime vontades e desejos, e isso leva a uma certa infelicidade. Não sou psicólogo pra afirmar isso, mas, no Rio, uma cidade quase sem lei, onde a malandragem predomina e as pessoas são bastante livres pra fazer o que querem é mais fácil observar mais felicidade entre a população, apesar de que, as coisas não funcionem no Rio tão bem quanto em Curitiba. Na capital fluminense as pessoas realizam mais vontades, isso apesar de nem sempre ser politicamente correto, satisfaz ao carioca. Uma vez li algo que concordei muito, falava de paulistas mas pode-se facilmente adequar-se a curitibanos. Para um curitibano, utilizar o horário do almoço pra dar um pulo na praia seria algo extremamente vergonhoso e mal-visto; já pra um carioca é quase um orgulho. Um curitibano que tomasse essa atitude dificilmente contaria que a fizera para seus colegas de serviço, enquanto isso, um carioca “tiraria onda” com isso. São nessas diferenças que a capital da perfeição esconde uma tristeza. Existe uma convenção aqui que diz: Curitibano não joga lixo no chão. Mas, sinceramente, esse povo que é extremamente comportado nesta cidade quando vai para outras capitais como o Rio e Floripa, tornam-se uns dos turistas mais porcos. E, por incrível que pareça, isso os deixa feliz. Curitibano não joga lixo no chão, não fala com estranhos, não para ônibus fora do ponto, não usa chinelo. Curitibanos, libertem-se! E sejam mais felizes!

__________________________________________________________

Obs- Obrigado pelo apoio e pela audiência no retorno do Mundo Olhado em 2007.
Marcelo Cosentino

25 janeiro 2007

"Dor"

Dor

Senta.
Perde a esperança, soluça.
Desespera-se.
Incontrolável, clama por opções.
Decepciona-se.
Reergue o desejo, alimenta o ego.
Engana-se.
Luta por vida, batalha por vitórias.
Perde-se.
Conecta-se, gasta seu sangue.
Amordaça-se
Insiste em viver, usufrui poderes.
Adoece.
Assiste a dor, assiste ao ódio dos homens.
E, finalmente...
Chora.

Marcelo Cosentino - 25/01/07

27 dezembro 2006

2006, um ano em crise.

A retrospectiva de 2006 não me deixa mentir, este foi o ano das crises.

Crise 1 – crise da economia nacional, o baixo crescimento da economia continuou sendo a marca do governo Lula em 2006 – como disse o site UOL. Neste ano, o desemprego caiu um pouco, mas não o suficiente para acabar com números desastrosos para um ano em que a política interna foi completamente encoberta, quase como na Operação Tapa Buracos do final de 2005, mas dessa vez as problemáticas nacionais foram colocadas debaixo do tapete para que fosse efetivada a reeleição do presidente Lula.
O resultado desse fracasso econômico nacional neste ano refletiu-se no comportamento do brasileiro, em 2006 a inadimplência subiu 15,3%. No mesmo período os Bancos lucraram 132,5% a mais.

Crise 2 – crise paulista de insegurança pública com atentados executados pela cidade a mando do PCC. Em oito dias, o governo contou 373 ataques. Oficialmente, 154 pessoas morreram, sendo 24 PMs, 11 policiais civis, nove agentes penitenciários, 110 cidadãos - 79 deles suspeitos de ligação com o PCC. Em 24 penitenciarias ocorreram rebeliões, inclusive na FEBEM. No mês em que o PCC assustou a capital paulista, foram atacados: viaturas policiais, lojas comerciais, batalhões da polícia, policiais a paisana etc. O comércio registrou vendas 90% inferiores. Na mesma época um repórter da Rede Globo foi seqüestrado e solto em troca da exibição de um vídeo onde membros do PCC falavam sobre supostas ilegalidades no regime do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).


Crise 3- Crise atual, crise da aviação. Crise que começou coma a falência da maior empresa aérea brasileira de todos os tempos, a gaúcha Varig foi a falência deixando um grande rombo no sistema aéreo. Mas a crise veio à tona mesmo, quando ocorreu, no dia 29 de Setembro, o maior acidente aéreo da história brasileira. Neste, foram mortos 154 passageiros que viajavam no Boeing 737-800 da Gol. O acidente não trouxe apenas comoção, mostrou a fragilidade dos SINDACTAS e do sistema aéreo brasileiro como um todo. Operadores de controle de tráfego aéreo mostraram suas condições precárias de trabalho, suas faltas de qualificações, a grande maioria nem inglês fluente sabia, mostraram também aparelhos ultrapassados e uma série de pontos cegos no espaço aéreo nacional.
Após a crise já instalada, o brasileiro no final do ano ainda sofre com filas quilométricas e incertezas de vôos nos aeroportos. O problema atual é a TAM, que não conseguiu acomodar o mercado inchado após a falência e a anulação da maioria dos vôos da Varig. Overbooking, ou a venda a mais de bilhetes causam o caos nos principais aeroportos do país. Fora isso, um apagão no Sindacta que controlava vôos no Paraná e o a queda de comunicação entre o aeroporto Galeão no Rio de Janeiro e a TAM contribuíram para piorar a situação.


Crise 4- crise da Copa do Mundo. Para muitos essa não é uma crítica tão séria, mas decididamente futebol é um fator de transformação social e ideológica do brasileiro. Com a seleção sendo considerada a melhor do planeta, com o melhor jogador do mundo e com medalhões clássicos parecia impossível o Brasil não trazer a Taça do Mundo para casa. Mas quando a Copa começou, o brasileiro pôde ver um time velho e sem vontade, com um comandante “parado” e pôde prever o fiasco que seria. Em parte, a crise originada pela perda da Copa foi provocada pela superexposição e pela supoerexploração da Copa e da seleção canarinha pela mídia nacional e internacional. Esse foi o câncer da seleção e esse foi o principal responsável por tamanha desilusão nacional, isso em vista de que os meios davam como certa uma vitória brasileira.

Crise 5– crise de escândalos em Brasília. O ano de 2006 foi marcado por Roberto Jefferson, Palocci, Marcos Valério, CPI do Mensalão, Sanguessuga, Correios, Bingos etc. Este foi o ano em que as denúncias contra políticos e a prova de suas má intenções vieram a tona. Só que, ridiculamente, infelizmente, agindo contra toda a nação brasileira; este NÃO foi o ano em que os culpados foram punidos. Pelo contrário, muitos foram estupidamente reeleitos. A crise da PIZZA em Brasília entre parlamentares, deputados, senadores e derivados foi uma crise fechada, uma crise não exposta na mídia e talvez a pior crise de todas, a crise que fere os direitos dos brasileiros, fere os bolsos, fere a honra e fere a alma. E para os sanguessugas, mensaleiros e derivados o que? Para eles aumento de salário de quase 100%.


Crise 6 - Crise de insegurança pública no Rio de Janeiro. Essa é uma crise antiga, atual e futura. O ano de 2006 foi um ano de crise pública para o Rio que viu milhares de seus turistas serem assaltados, viu o poder paralelo cada vez mais estabelecido, viu a favelização aumentar, viu os crimes de rua aumentarem também, viu gente decapitada em Copacabana e na Rua Bambina, viu tiroteio em plena Nossa Senhora de Copacabana 17 horas da tarde, viu a Linha Vermelha ser chamada de Faixa de Gaza, viu o Caveirão, o carro da polícia que fere os direitos humanos, viu MUITO, mas só se chocou quando a milionária da Gerdau morreu no Leblon.
E pro ano de 2007, eu já antecipo a próxima crise. Guardem esses nomes: Milícias e Polícias Mineiras.

Crise 7- crise diplomática internacional. Este também foi o ano em que a Bolívia estatizou refinarias da Petrobrás, o ano em que nacionalizaram o petróleo e o gás que nós havíamos comprado. Seguiu na mesma problemática a Venezuela e seguirá o Peru.

Crise 8- crise eleitoral. Foi a crise da eleição, crise da memória do brasileiro. Crise de um povo que coloca Paulo Maluf, Clodovil Hernandes, Frank Aguiar, Collor etc.
Foi ano em que vimos em jornais como O Globo manchetes como: Deputados reeleitos citados pela CPI dos sanguessugas serão absolvidos por relatores. Vergonha.



Para 2007: um ano mais justo, mas sério, com políticas sociais e econômicas sérias. Para o próximo ano mais respeito, mais segurança, mais educação e mais força de vontade. O Brasil é um país lindo, é um país que tem futuro, mas é um país onde as pessoas que o controlam são corruptas e pouco fazem para melhoras nossa situação. Que o ano que vem seja revolucionário, que nos traga alegrias! Que acabe com falcatruas e que melhore a sofrida vida do brasileiro.

15 dezembro 2006

Duas Décadas

Dia 14 de Dezembro!
Há exatas duas décadas atrás, nascia no Rio de Janeiro, no bairro do Leblon, no Hospital São Marcelo, um bebê grande, gordo e careca. Vinte anos depois, ainda grande, gordo e careca, mas em proporções diferentes, eu vos escrevo em comemoração ao meu aniversário!

Dia 14 de Dezembro, o dia do Engenheiro de Pesca, o dia do Ministério Público e o meu dia, o dia em que eu nasci, às 08h00min da manhã do ano de 1986, diga-se de passagem, um ano bem agitado, com Copa do Mundo no México, tendo como campeã a Argentina do mestre Maradona; ano da inclusão de Portugal na UE; ano em que foi ao ar o Xou da Xuxa; ano em que Alain Prost venceu na F1, ano do desastre nuclear de Chernobyl, ano em que Elie Wiesel ganhou o Nobel da Paz...

Há 20 anos atrás, quando eu nascia em um Leblon que não era o cenário preferido de novelas, a vida se mostrava mais tranqüila. A violência existia, e era preocupante, mas na época o Rio não passava por crises como as de hoje. Diga-se também, que o Leblon nem era tãooo bem visto como hoje ele é! No lugar onde eu nasci, Hospital São Marcelo (apenas uma coincidência em relação ao meu nome), hoje funciona uma filial da Cultura Inglesa, sinal de novos tempos. O cartório onde eu fui registrado, na Rua Djalma Urich em Copacabana sequer existe mais.
Desde meu nascimento até hoje, muita coisa mudou nessa cidade. A praça onde eu brincava quando era pequeno hoje é a estação de Metrô Cardeal Arcoverde, em Copacabana. A Barra da Tijuca há uma década e meia atrás, era um areal cheio de prédios espaços, hoje, é simplesmente o bairro mais moderno do Brasil e o que concentra uma das maiores riquezas do Rio, a maior quantidade de shoppings, as lojas mais caras etc. Eu lembro ainda, da Rio Eco 92, do Brasil perdendo pra Argentina nas vésperas da copa de 1998 no Maracanã, do Rio com trailers ao invés de quiosques nas praias, da inauguração da Árvore de Natal da Lagoa, do reveillon da virada do século em Copacabana, do show do Roger Waters na Apoteose, do Rock In Rio III, dos projetos urbanísticos que mudaram a cara dos bairros e favelas da cidade, do Metropolitam, da campanha das Olimpíadas Rio 2004 e de muitas outras coisas.

Vinte anos, vinte anos muito bem vividos, obrigados. Tempo em que pude conhecer vários lugares, morar em uns 15 lugares diferentes e em que eu pude conhecer muita gente interessante. Dos lugares lembro de alguns belíssimos como Curitiba, Ilha Bela, Florianópolis, Campos do Jordão entre outros.
Hoje, resta só a saudade e a certeza de que falta ainda muito o que fazer e de que ainda existem muitos lugares e pessoas pra passarem na minha vida e, que nem mais 20, nem mais 40, nem mais 60 anos vão ser suficientes pra nutrir todo meu desejo de conquistar o mundo.

Obrigado a todos que fizeram parte dessas duas décadas!

11 dezembro 2006

E o futuro do turismo interno?

Há mais ou menos sete anos atrás o turismo interno cresceu absurdamente no nosso país, impulsionado pelo aumento constante da moeda americana, o dólar. Pouco explorado e desconhecido de muitos, esta forma de turismo se tornou comum para uma série de brasileiros de todas as classes sociais. A possibilidade de viajar aqui dentro mostrou ao brasileiro um cenário lindo e revelador de vários cantos do país, mostrou também que esta área podia ser muito mais explorada, e foi. Hoje em dia, com centenas de hotéis nascidos, com centenas de novos destinos turísticos sendo apreciados, com uma rede muito maior e muito mais estruturada, o turismo interno prospera.
Nesses sete anos pudemos descobrir paraísos como Bonito, Mato Grosso do Sul; foram construídos resorts fascinantes como os da Costa do Sauípe, na Bahia; Florianópolis teve um “boom” em matéria de turismo e talvez tenha sido a cidade grande que mais tenha atraído novos turistas, estes oriundos de toda a América do Sul, a capital de Santa Catarina foi uma das que cresceu e teve como base o turismo. Há dez anos atrás, Floripa era “apenas” uma cidade interessante, hoje, para muitos, é um sonho a conhecer. As Serras Gaúchas também obtiveram destaque assim como Fernando de Noronha; o litoral sul de Santa Catarina; Búzios, que teve um crescimento monstruoso e impressionante; ilhas como Ilha Bela, Ilha do Mel e Ilha Grande passaram a ser locais disputados por turistas; Minas Gerais se tornou um paraíso turístico para jovem, principalmente no carnaval etc.

Acontece que o dólar, principal responsável pelo desinteresse brasileiro pelo turismo no exterior, vem caindo constantemente e, hoje, dia 11 de Dezembro, alcançou a marca de 2,1385. Um valor muito baixo em comparação aos mais de três reais que a moeda americana chegou a valer nos últimos anos. Para o Greenspan, o dólar ainda vai enfraquecer mais nos próximos anos.
Aliado a esse problema, o brasileiro chega ao período de férias munido também de problemas aeroviários originados por vários motivos e por crises de segurança pública nas principais cidades que recebem turistas como Rio, São Paulo e Recife.
Neste cenário, nos resta apenas esperar para ver se ou o brasileiro vai continuar conhecendo seu país cada vez mais e mais barato, como se adaptou a fazer nos últimos anos, ou, vai voltar a gastar dinheiro no exterior, como fazia antes. O turismo hoje em dia é um dos fatores econômicos principais de uma nação, não há ganho financeiro mais bem-vindo do que o do turista. Nosso país, que se estruturou tão bem nos últimos anos para NOS receber e para receber os estrangeiros em matéria de turismo, hoje em dia dá um exemplo de como não deve ser tratado um visitante. Filas quilométricas nos aeroportos, pouca estruturação em matéria de engenharia de tráfego, crise de segurança pública, entre outros, apagam a chama que foi brilhantemente acesa há mais ou menos sete anos. Para o futuro, resta ao brasileiro esperar cessar a alta temporada para saber se ele acreditou no país, ou se ele retomou sei costume de uma década atrás e foi para “ os estrangeiros”.


01 dezembro 2006

Meu Calendário para Dezembro.06

1º de Dezembro...

A árvore da Lagoa se ilumina (a maior árvore de natal flutuante do mundo);
Já é natal na Leader Magazine há algum tempo;
Algumas lojas de shoppings já colocam aqueles gorros natalinos horríveis e quentes em seus funcionários (isso mesmo com o calor INUSPORTÁVEL que está fazendo no Rio),
E todos já estão em clima natalino, compram o peru, tender, as nozes, presunto doce;
Montam a árvore de natal...

Bem, o fato é:
Natal – 25 de Dezembro.
Meu aniversário – 14 de Dezembro.

Se o natal, que pra mim não significa nada, não muda minha vida e só serve pra comer as comidas horríveis que sobram do dia 25 no dia 26 e talvez até no 27; pode ser comemorado com até DOIS MESES de antecedência da sua data real, por que então eu não comemoro o meu aniversário antecipadamente também?
O meu aniversário sim, influi na minha vida, é MEU, tem importância pra mim. E considerando que hoje em dia somos nós quem escolhe a data exata e a duração das comemorações como Páscoa e Natal, como ninguém até hoje não pensou em fazer isso com o próprio aniversário?


Então, seguindo a tendência do mercado, eu declaro que de HOJE, 1º de Dezembro, até o dia 14 do mesmo mês já é meu aniversário. Recebo presentes e parabéns com a mesma intensidade sejam dados hoje, amanhã, dia 10 ou dia 14. Agora não faz mais diferença.
Ah, e ao mesmo tempo, o natal que já começou pra muitos, bem, o meu vai começar a partir do dia 17 de Dezembro. Por quê? Fácil, pra não haver nenhuma confusão entre presentes natalinos e presentes de aniversário. Ou seja, quem quiser me dar presente de aniversário terá até o dia 14 para o faze-lo, e quem quiser me dar um presente natalino o fará a partir do dia 17.

E quem der no dia 15 ou 16?

Bem, se alguém resolver me dar um presente no dia 15 ou 16, ele, o presente, entrará na lista de benevolências gratuitas, não sendo considerado um presente de aniversário e nem um presente natalino.

A partir dessas datas, cálculos e comemoração eu estabeleci MEU calendário 2006:

1º de Dezembro
até > Meu Aniversário.
14 de Dezembro




17 de Dezembro
até > Natal.
25 de Dezembro


E entrando nesse clima de fazer o próprio calendário, quero adiantar que o meu Reveillon também será estendido. Provavelmente ele começará dia 28 de Dezembro de 2006 e terminará dia 03 de Janeiro de 2007. Mas fico a confirmar.

Obrigado por se adequarem ao meu calendário.

Marcelo Cosentino

____________________________ // _________________________

Obs. – Tanto Natal, como Páscoa, como dia das crianças, como aniversário ou quaisquer outras datas comemorativas não passam de datas fictícias e que só existem pelos fins lucrativos que elas podem gerar ao mercado.
Obs. 2 – Esse texto não é sério. Quero mais que aniversários e natais se explodam. Isso é uma crítica ao que a gente vem cultuando, comemorando e seguindo. Será mesmo tudo isso necessário?
Obs. 3 – Que acabem com as comidas natalinas que além se serem HORRÍVEIS, não tem nada a ver com a nossa cultura. Onde já se viu brasileiro comendo Peru e Nozes? Viva o bife com batata frita, viva a empada, o pão de queijo, acarajé, barreado, churrasco, feijoada, tapioca etc.

28 novembro 2006

Festa da Música

Depois de vinte anos de música, de ter vivido várias fases, tido vários gostos, depois de ter escutado músicas de todos os tempos e de todos os lugares do planeta, eu posso afirmar que cheguei em minha plena evolução musical.
Quando falo de evolução musical, entenda que todos os estilos, todas as músicas, tudo é válido. Penso que quanto mais eclético musicalmente uma pessoa for, mais ela está musicalmente evoluída. Não condeno preferências, mas zelo pela justiça de assumir que todos os estilos têm música de qualidade, sem preconceitos. Até naquele funk, que muitos não gostam, há música de qualidade!

Como eu tive a percepção de me incluir no grupo de musicalmente evoluídos?! Graças a minha avó e seus CD’s.
Como assim?
Como assim, que há 5 anos atrás, ter que escolher um CD da minha avó para escutar era um sacrifício. Em plena adolescência, bandas que não fossem de Seatle ou que não tivessem 2 guitarras ou mais guitarras geralmente não caíam bem.
Mas como o tempo passa e os gostos mudam, crescem, se aglomeram; foi uma delícia poder novamente depois de muito tempo conferir os CD’s da vovó, e perceber que muita coisa mudou. Não, a minha avó não aumentou sua coleção de uns 200 CD’s, não aumentou muito, nesses anos todos que passaram eu diria que pintaram por ali não mais que 30 CD’s. Mas... analisando os cantores, bandas e orquestras ontem, pude perceber que o que mais mudou ali fui eu, que me tornei uma pessoa impressionantemente eclética, ao ponto de gostar de todos os CD’s da vó, admirá-los e escuta-los durante a madrugada de ontem.

Fiquei muito feliz ao perceber que mexendo naqueles CD’s eu estava entrando em uma FESTA DA MÚSICA, e o melhor, sem sair de casa! A festa foi mais ou menos, assim...
A festa começou ao som de Richard Clayderman com um piano fantástico! Ray Connif e sua banda subiram ao palco em seguida relembrando o CD Ray Live in Rio, gravado aqui mesmo na Cidade Maravilhosa. A madrugada estava só começando quando a festa caiu no samba, CD’s Casa de Samba I, II e III, tocaram várias músicas (esse com certeza esses CD’s entrarão no repertório do meu mp3), sambistas como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Martinho e Beth Carvalho animaram a festa da música com sambas famosos e convidados especiais, Jamelão ficou até de bom-humor e a Velha Guarda da Portela parecia um bando de crianças dançando; Depois foi a vez de Frank Sinatra honrar seu apelido de “The Voice”, mostrando clássicos como Stranger In The Night, NY NY, Moon River entre outros. Aproveitando o vácuo do Sinatra, The Carpenters entraram em cena, uma banda que me lembra a minha infância e que tem uma temática muito atual, sua vocalista morreu de anorexia, caso semelhante ao da modelo brasileira que chamou a atenção da mídia semana passada.
A imperdível Orquestra Tabajara veio logo após os irmãos do Carpernters. Trouxe o som de uma das maiores orquestras brasileiras já existentes; para muitos, Tabajara é apenas um produto do Casseta e Planeta, mas para quem conhece música sabe quem são e sua importância. Em homenagem aos 10 anos de sua perda, Renato Russo em italiano e muita emoção. Para festa não desanimar, Chico Buarque, o malandro carioca subiu ao palco com graaandes sucessos, clássicos da música brasileira, Dorival Caymmi quis subir logo em seguida para não ficar atrás e começou cantando “Ai que saudade da Bahia”, impagável! Logo depois foi um show de Tarantela, não negando a descendência familiar que é a italiana, o ritmo contagiou a noite; Muitos boleros e tangos fizeram até os mais encabulados arriscarem uns passos; Elba Ramalho surgiu então grandiosa com forró e música nordestina, com destaque para a música Morena Tropicana de Alceu Valença. Logo em seguida foi a vez de entrar em cena um ritmo brasileiro, um ritmo carioca, o Chorinho! Nesse momento da festa, a madrugada já estava avançada e o Rei Roberto Carlos, vestido de azul e branco apareceu para cantar músicas de suas boas fases, um momento especial. Tom Jobim gostou muito, aplaudiu e resolveu cantar sobre garotas de ipanema, saudades do Rio e temáticas já conhecidas de seu repertório. Zizi Possi e Pavarotti também deram seus pitacos, Sérgio Mendes mostrou estar em grande fase e chamou até Baden Powell para acompanhá-lo. Caetano Veloso, que até então estava tímido, subiu ao palco, falou sobre atrocidades mundanas no espírito neolítico bucólico de sociedades altruísticas com mazelas de problemas algozes e acabou confundindo o público, mas quando resolveu cantar, a expressão de dúvida transformou-se em sorrisos de agrado. Seu parceiro Gil, nosso Ministro, não agüentou, invadiu o palco e cantaram juntos no final.
Rita Lee, a minha rainha, pediu licença da mesa em que me fazia companhia juntamente com Chico Buarque, Cartola, Noel Rosa, Maria Rita e Adriana Calcanhotto, subiu no palco e mostrou porque é a rainha do rock! Foi ouvido um imenso coro quando ela cantou a famosa música “Balada do Louco”, Raul Seixas podia ser visto aplaudindo de pé junto ao bar. Quando Francis Hime subiu ao palco com um piano magistral, o sono já era perceptível após horas e horas de festa da música, naquela altura Tim Maia, o síndico, anunciou que cantaria a saideira, seu sobrinho Ed Motta se emocionava com o tio que relembrava velhos sucessos, diga-se de passagem, a mesa de Ed Motta era uma das mais animadas da festa em vista da quantidade de botafoguenses lá presentes, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Marisa Monte, Emilio Santiago, Zélia Duncan, o próprio Ed, Marina Lima, Agnaldo Timóteo, Emilinha Borba, Vinicius de Moraes entre outros, cantavam o hino do Glorioso carioca.
Ao final, todos os artistas nacionais e internacionais se despediram, houve uma grande confraternização, alguns muito generosos trataram de arrumar a bagunça que estava feita aqui em casa, uns CD’s estavam nas caixinhas erradas, outros sumidos, outros bagunçados... ordem restabelecida, o dia amanhecia e eu fui dormir com um sorriso de quem se divertiu bastante em uma festa noturna inesperada.

24 novembro 2006

Que Rio é esse? (Versão Recital Carioca)

Que Rio é esse?
por Marcelo Cosentino





Em 1º de Janeiro de 1502 a expedição de Américo Vespúcio e Gaspar de Lemos avistou o que eles pensaram ser um enorme rio. Inicia-se aí a história de um lugar, de uma cidade, de um paraíso chamado: RIO DE JANEIRO.No dia 1° de Março de 1565, após dominar franceses e indígenas, Estácio de Sá funda a então São Sebastião do Rio de Janeiro, cidade que viria a ter uma grandeza cultural, histórica e comercial única.

A "Cidade Maravilhosa", é a mais visitada do Brasil turisticamente, tem a praia e o carnaval mais famosos do mundo, o maior estádio já construído e a maior floresta urbana do planeta. Uma cidade grandiosa em escala mundial e que atéinspirou o papa João Paulo II em sua visita à cidade, no ano de 1997: “Se Deus fosse brasileiro, então o papa seria carioca”.

Mas que "Cidade Maravilhosa" é essa?
Apresentando sinais de decadência industrial e comercial desde a transferência da capital para Brasília, em 1960, e a extinção do Estado da Guanabara, em 1975, e que vão se agravando em cada administração política sem compromisso; como o carioca avalia o Rio de Janeiro de hoje em dia? Será que ainda podemos considerar nossa cidade tão maravilhosa assim?

A beleza natural é um atrativo único deste lugar e sua história é fascinante. Mas o presente do Rio vai mal, muito mal. Desde 1975 o PIB do Estado não é tão baixo. O desemprego atinge uma parcela recorde da população e, como ponto mais agravante, a cidade do Rio de Janeiro passa por uma crise na área da saúde pública que é absolutamente inaceitável em vista do dinheiro repassado à prefeitura e mal investido nesta área. O resultado é uma grande parcela da população sem atendimento (s) básico(s) ou emergêncial(i)s.

A crise carioca é resultado de anos de má administração do dinheiro público, governos corruptos e de uma falta de representação do Estado no Governo Federal. Quantos ministros cariocas têm no atual governo? Nenhum. E os deputados e senadores que representam o Estado? A sua maioria está envolvida em esquemas de corrupção, CPI, sanguessuga, mensalão, etc. O Rio de Janeiro é o segundo Estado que mais concede tributos ao governo federal e apenas o 18° que mais recebe.

Para não virar uma grande cidade cinzenta falida, o Rio precisa de um upgrade total! É imprescindível para a cidade buscar investimentos certeiros, pessoas dedicadas e experientes e, principalmente, uma população mais consciente de seu papel na sociedade, de como gestos, atitudes e cobranças podem mudar uma cidade inteira. Criminalidade, violência, população de rua, população carente, má sinalização, depredação do patrimônio histórico e cultural da cidade, poluição visual, desemprego, balas perdidas, poluição de forma geral, debandada de indústrias,
trânsito em nó, polícia corrupta, tráfico etc.

BASTA!
Que Rio é esse?

Eu quero morar no bom, belo e velho Rio que cantavam os músicos e poetas há poucas décadas atrás, morar no Rio de Chico Buarque, Cartola, Tom Jobim e cantar:

Samba do Avião (Tom Jobim)

“Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, seu marPraia sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você ...”

________________-_______________

Versão do texto "Que Rio é esse?" que foi publicada na primeira edição do Recital Carioca.

(*)foto: Pedra da Gávea.

17 novembro 2006

Cabral e César unidos. Agora sim!



Chega de palhaçada na política carioca, há mais de 20 anos governador e prefeito do Rio não firmavam pactos em favor da cidade. Mas a partir desse ano essa onde de atritos entre os poderes está cessada, o panorama promete mudar. O governador Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito César Maia (PFL), se encontraram ontem no Palácio da Cidade, em Botafogo, onde firmaram acordos e resolveram antigas problemáticas que envolviam prefeitura e governo estadual. A Linha Vermelha, única via do Rio que era controlada pelo Estado, será municipalizada e contará com monitoramento do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Outro acerto foi o da Guarda Municipal, que assumirá a fiscalização do trânsito no lugar dos PMs, mais um ganho para o ordenamento urbano da cidade.
Desde o fim do Estado da Guanabara que Estado e prefeitura brigam pela posse de monumentos, vias, pelo saneamento, por ícones cariocas como o Maracanã e o Teatro Municipal.
Em 2001 obras de saneamento da Zona Oeste foram adiadas por desentendimentos entre o prefeito César Maia e o governador Anthony Garotinho, a briga entre os poderes chegou a prejudicar o prazo de conclusão de projetos para o Pan, pois o terreno da construção do Estádio João Havelange (Engenhão) pertence ao governo do estado e a obra à prefeitura. Esse foi um dos impasses já resolvidos na conversa de ontem (16/11) entre o novo governador e o atual prefeito. A disputa histórica entre os poderes chegou a envolver problemáticas como os camelôs, a população de rua e as multas de trânsito; todas já encaminhadas para ter um desfecho que beneficie o Estado e a prefeitura.
Apesar de serem de partidos diferentes e terem sido rivais nas últimas eleições, com César Maia apoiando a candidata concorrente de Sérgio Cabral, a juíza Denise Frossard, ambos prometem acabar com essa divergência que tanto prejudicam a cidade do Rio de Janeiro e sua população. Alegam sempre terem tido uma boa relação e querem zelar pela Cidade Maravilhosa superando adversidades juntos. O governador eleito Sérgio Cabral já demonstrou seu desejo de união em prol do Estado e da cidade quando também se aliou ao presidente Lula (PT) visando maior participação na distribuição de verbas para os Estados (o estado do Rio de Janeiro é o segundo maior contribuinte e o décimo oitavo Estado a receber recursos). Agora é torcer pra que a união entre governo federal, estadual e municipal dê certo e traga benefícios para a cidade.

Quem ganha é o Rio!!