* O Mundo Olhado *

27 setembro 2006

O Analfabeto Político

Faltando menos de uma semana para o povo brasileiro comparecer as urnas, um texto interessantíssimo que serve como um alerta as pessoas que se consideram apolíticas. O voto é um instrumento democrático de tamanha importância, o voto é a chance de mudança, é a população escolhendo quem nos governará por quatro anos. Vote consciente, vote certo, vote com a cabeça.

O Analfabeto Político
(Bertold Brecht)
O pior analfabetoÉ o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.
(*)foto: "Um" (por: Marcelo Cosentino)

21 setembro 2006

Pernas pra quê?



Pernas pra quê?
(Marcelo Cosentino)
Pernas pra quê?
Se o mundo é aqui, é ali, é acolá

Pernas pra quê?
Se no final, o que nos resta é chorar

Pernas onde?
No na rua, na praia, no bonde

Pernas onde?
No fundo, ela sempre se esconde

Pernas bonitas, gordas, feias, magras, chatas, grandes e baixas.

Inúteis.

Inútil correr, caminhar, flutuar
Inútil, no final tá no mesmo lugar

Inútil saber, conhecer, desejar
Inútil, pois só o que salva é pensar. E, pra pensar, não preciso de pernas.
(*) foto: "pernas" (por:Natalia Casanova)

19 setembro 2006

O Futuro Chama-se: youtube.com



Houve um tempo onde poucas pessoas tinham acesso à internet, nessa época um programa criado por um israelense fazia grande sucesso, seu nome era ICQ. Neste programa, usuários do mundo inteiro podiam ter conversar particulares e se comunicar pela internet gratuitamente (lembrando que o que hoje parece normal, para época era revolucionário). A distância se tornou uma palavra inexistente em matéria de internet e o ICQ virou uma febre mundial. Na mesma época, os usuários descobriram o mIRC, que trazia pela primeira vez salas de bate-papo online, outro estrondo no mundo cibernético foi o de poder falar com várias pessoas, de várias partes do mundo e ao mesmo tempo. Era fantástico.
Tempos depois, a Microsoft criou e investiu no hoje conceituado, manjado e mais que famoso MSN. Um vício, uma diversão, uma forma de trabalho, muitas utilidades são atribuídas ao Messenger, mas uma coisa é certa, qualquer cidadão que tenha internet ou acesso a ela tem esse programa, fazendo com que, em uma época onde mIRC e ICQ apesar de suas atualizações quase desapareceram, ele seja uma febre mundial.

Tratando-se dessas febres surge em 2000/01 no Brasil o revolucionário fotolog, ou intimamente falando apenas flog. Site onde os usuários podiam colocar suas fotos, fazer e receber comentários alheios. Uma onda de flogs surgiu, das mais variados tipos, formas e cores. Essa mania cessou, quando surgiu a maior das febres virtuais, a mais devotada e fervorosa. Em 2004, surge para o público brasileiro o Orkut. Site de relacionamentos com algumas comunidades e nenhuma finalidade ou utilidade sequer, uma mania nacional! Rapidamente o Brasil que figurava com 3% dos usuários do programa saltou para surpreendentes 80%. Este programa se alastrou rapidamente pelo seu alto poder de fornecer informações confidenciais, por revelar bem a cara das pessoas e por ser uma porta aberta na vida de qualquer usuário. Chega-se ao ponto de empresas de RH visitarem “profiles” de seus candidatos a emprego pra conhecê-los melhor e avalia-los, haja modernidade!

No mundo online, o modismo é bastante rápido, o Orkut ainda vigora como o maior de todos os tempos, mas a moda futura tende a ser um fenômeno chamado youtube. Este é um site muito inteligente, onde as pessoas ao invés de colocarem fotos no ar como propôs o flog em outra época, elas colocariam vídeos de qualquer coisa, espécie ou conteúdo. Hoje em dia vigoram no site desde o aniversário da filha do seu patrão, passando por clássicos recentes do programa como o curta “tapa na pantera”, até vídeos novíssimos, polêmicos e bombásticos como o da Daniela Cicarelli furnicando na praia.

Esse mundo de febres virtuais é movido pela curiosidade da vida alheia. ICQ, mIRC e MSN davam em um tempo remoto onde a forma de comunicação predominante era o telefone e esse era caro, a oportunidade das pessoas conhecerem um pouco mais da vida das pessoas conversando virtualmente; no Flog o interessante era a imagem, a prova olhada, mas na era do Photoshop isso perdeu validade; então surge o Orkut, onde as pessoas falavam delas mesmas e abriam suas vidas virtualmente, só que com a possibilidade de fraudes e sabotagens; então chega o youtube, que não é conversa, foto ou auto-depoimento, é bem mais! É filmado, falado, visualizado, prova mais que concreta, sem escapatória. O vídeo da Cicarelli furnicando só vai ter a repercussão toda que ainda terá graças a esse formato inovador que é o de expor vídeos online em uma rede ampla e bem acessada. Youtube com uma idéia simples e estimulante tem tudo para ser o modismo da vez. O futuro está aí!
(*)foto- "Olhar", Vassouras-RJ (Por: Marcelo Cosentino)

15 setembro 2006

Ficará a Fotografia



Ficará a Fotografia
Por: Natália Casanova

Em todos os momentos haverá a fotografia, mesmo que ela esteja na memória, de onde nunca sairá.
A valsa sem música, o espontâneo sorriso, a piada sem-graça, o beijo estralado, o afago nos cabelos, o cheiro de shampoo misturado com o perfume (que exala aquele suave aroma), as palavras ditas e o olhar, que diz mais do que as palavras. O acolhimento, a lágrima escondida, a respiração no ouvido que mistura audição, sensação e amor, muito amor.
Pode-se passar o tempo, haver desencontros e até o silencio da distância, mas a fotografia será a mesma. Os adjetivos mesclarão com os cinco sentidos, e serão eles que trarão conforto e paz durante a saudade.
Há momentos de fazer poses e momentos de observá-las. Ambos são necessários, pois cumplicidade, carinho e dedicação são essenciais, porém com a distância valorizamos o que temos, e a partir disso amadurecemos e amamos intensamente, sem nos abalar com coisas supérfluas.
Por isso deve haver dosagem, fotografia e amor, muito amor!
(*)Foto: Araruama-RJ (por: Diogo Marçal)

13 setembro 2006

Saudades...

Existe alguma coisa pior que saudade?
Saudade é o sentimento mais desolador, mais doloroso e mais deprimente que se pode ter. Mesmo porque a saudade pode-se dar a partir de tudo, absolutamente tudo: saudade daquela amiga de longe, saudade da infância, saudade do amor antigo, saudade da namorada, saudade dos parentes que moram longe, saudade dos que já foram, saudade dos que sumiram, saudade daquele programa de televisão que não existe mais, saudade do Mirabel e biscoitos Fofy, saudade de como era o Rio antigamente, saudade da adolescência, saudade da cidade que você morou, saudade daquele humorista engraçado, saudade daquelas fotos sensacionais, saudade do bobó de camarão que te trouxe aquele mal-estar no verão em salvador, saudade da sobremesa inesquecível, saudade de jogar bola de gude, saudade do lugar que você ama, saudade de assistir aquele filme especial ao lado de alguém especial, saudade de ser enterrado por amigos na areia da praia, saudade de comer graviola, saudades da Bahia, saudade do celular tocando altas horas da madrugada, saudade do colégio, saudade dos esporros dos pais, saudade das viagens malucas, saudade da casa de praia cheirando a fechada, saudade de voar de asa delta, saudade do braço/perna quebrado, saudade da comida da avó, saudade daquele seu amigo engraçado, saudade da carona pro curso, saudade de matar aula no colégio pra ir jogar bola, saudade do documentário que você viu e não lembra o nome, saudade da bicicleta da infância, dos amigos de infância (essa é uma das piores), saudade da prova avassaladora de física, saudade do extinto ICQ e do mIRC, saudade do seu time insuperável naquele ano, saudade da piscina de bolas do aniversário de 4 anos, saudade da praia, saudade do risoto de frango daquela empregada que sumiu, saudade do verão, saudade de brincar, saudade de outros tempos, saudade do cãozinho que morreu, saudade de dormir na rede, saudade de ser criança, saudade da tia gorda e chata que nunca mais te perturbou, saudade dos primos, saudade da música que marcou aquele verão especial, naquele ano especial...

Saudade.

De acordo com o Houaiss, saudade:
1 - sentimento mais ou menos melancólico de incompletude, ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável (freq. us. tb. no pl.)

Saudade é um dos poucos sentimentos que todo mundo tem todo o tempo e sempre terá pro resto da vida. É impossível que um sapiens não sinta saudade de nada, ninguém, coisa alguma, ela pode ser uma saudade controlada, que apenas traga recordações, boas ou más e que não altere o estado de espírito de quem a sente, mas também pode ser avassaladora, destrutível e muito dolorosa.
Em algumas situações é gostoso sentir saudade, por exemplo, quando o namorado ou amigo fica ausente por um tempo, o reencontro torna-se especial por conta da saudade. Mas o lado destrutível desse sentimento é o que se destaca e o que quase sempre está presente. A saudade de uma forma geral é uma maneira ruim de desejar ou lembrar algo que não está mais ao nosso alcance, tornando-se assim um sentimento maligno.

Saudade boa ou ruim, nova ou velha, possível ou impossível. O que importa é que todo mundo tem esse sentimento guardado no peito.
E você? Nesse momento sente saudade de que/de quem/de quando/de onde/do que?
(*)foto: Vassouras-RJ (por:Fernanda Rocha)

11 setembro 2006

11 de Setembro

Nova Iorque, 11 de Setembro de 2001.
Em pouco mais de duas horas de ação, 19 militantes da Al-Qaeda, com quatro aviões seqüestrados, causaram a morte de 3.211 pessoas, destruindo bem mais que isso: acabaram com o mito da invencibilidade dos Estados Unidos. Enquanto o pó das Torres Gêmeas do World Trade Center cobria a cidade, o Pentágono sofria um incêndio e um quarto avião era derrubado na Pensilvânia.
O Mundo assistia ao pior ataque terrorista da história.
Cinco anos depois, embora o calendário prove que o tempo passou; a imagem dos aviões seqüestrados explodindo ao chocar-se com as Torres Gêmeas está muito viva, fazendo parecer que os atentados aconteceram ontem.

Desde então muito mudou, é o rigor máximo nos vôos internos e externos dos EUA, é a dificuldade para tirar passaporte, a ameaça constante de ataques biológicos, terroristas, bélicos, etc. Os americanos, que foram os maiores derrotados naquela data, sofrem até hoje com o medo, ameaças e com a possibilidade constante de a qualquer momento algo explodir tirando a vida inocente de muitos, provando que a derrota se estende até hoje em dia.

O episódio lamentável do 11/09 impulsionou o governo americano numa jornada perdida e desastrosa “contra o terror”. Invasões ao Afeganistão e ao Iraque foram feitas pautadas na prisão de Bin Laden e na apreensão de armas de destruição em massa de Sadan Hussein. Nem um, nem outro. O que os americanos conseguiram foi despertar ainda mais ódio na população muçulmana e no resto do mundo, que se mostrava contra suas ações e suas guerras. Resultado: três mil soldados americanos mortos no Iraque, atentados aos países que apoiaram sua invasão e mais uma série de seqüestros e assassinatos de estrangeiros de nacionalidades variadas. O Terror nunca foi tão forte, o ódio contra a máquina opressora americana também nunca foi maior e o mundo desde a Guerra Fria não passa por uma situação tão conturbada e com uma tensão tão grande no ar.

Com uma política externa turbulenta, guerras não-justificáveis, invasões conturbadas, mortes e mais mortes e tantos inimigos mundo a fora, inclusive sendo alguns países nuclearmente armados; Os Estados Unidos devem torcer para que o atentado de cinco anos atrás seja ainda por muito tempo o maior da história. E para que sua política anti-terrorista funcione melhor do que nunca.

04 setembro 2006

Jornalismo Distorcido


Época eleitoral é sempre igual: panfletos distribuídos, os famosos santinhos, bandeiras nas ruas, horário eleitoral na TV, camisa do deputado estadual, boné do vereador, colunista de um grande jornal assessorando político, matérias na televisão tendenciosas para o presidente tal, reportagens com informações alteradas e falsas na revista, opa! Pera aí!


Que tipo de jornalismo será esse? Nossa imprensa, nossos meios... até que ponto não sensacionalizamos as matérias que divulgamos para alcançar uma visibilidade e uma repercussão maiores? Até que ponto o jornal diz a verdade, o entrevistador sabe o que está perguntando? Até que ponto a notícia que eu estou lendo agora na Folha de São Paulo/O Globo/Diário do Nordeste/Estadão/Zero Hora/Gazeta do Povo/Jornal do Comércio/ O Dia é real ou não se passa de uma notícia ficcional?


Proteger o público contra o mau jornalismo é difícil, ainda mais em um período eleitoral como o que estamos passando. Nessa época as informações que circulam nos meios de comunicação sempre tendem a favorecer um lado e acabam por perder várias vezes o compromisso com a verdade. Resultado: lesam o leitor e o bom jornalismo. Mas não pensemos que isso aflige só a parte política. Todos os dias, muitas das matérias que vão ao ar na TV, que são escritas na revista, que você lê nos jornais seja sobre o que for; tendem a favorecer algo/alguém. É o editor que viaja grátis por uma companhia aérea e fica também sem pagar num certo hotel e na volta recomenda as empresas aos leitores do jornal, é o colunista que recebe um dinheiro por fora para falar bem disso e daquilo, etc.


Definitivamente, não é preciso ser um estudioso da mídia pra perceber os pecados da imprensa. E nessa bagunça toda quem mais perde é o público. Como diz o livro "Sobre Ética e Imprensa" de Eugênio Bucci - "Não pode haver jornalismo de qualidade quando se atropelam os padrões éticos. Jornalista não é detetive, não é relações-públicas, não é cabo eleitoral, não é cortesão: jornalista é pago para oferecer ao cidadão informações com credibilidade".


A utilização da ética na imprensa é extremamente necessária! Chega de mau gosto, curiosidade sensacionalista, plágio, confusão de notícia com propaganda, etc. O que podemos fazer a respeito da dessas mazelas?De acordo Livro "Sobre Ética e Imprensa" a resposta é uma só: EDUCAÇÃO. E é esse o ponto que deve ser explorado como fator mudança. É preciso formar jornalistas com uma mentalidade diferente nas faculdades, é preciso envolver o público no debate, e é preciso investir numa mentalidade social que prestigie e cobre excelência de imprensa. O jornal deve divulgar as leis de imprensa independente de seus próprios interesses, atento à revelar possíveis conflitos potenciais, lidando honestamente com leitores e produtores de notícias não deturpando ou distorcendo fatos.Com ações certas, investimento na educação e formação de profissionais da área de Comunicação Social e a valorização da Ética de uma forma geral; quem sabe num futuro breve o mau jornalismo que ronda a imprensa brasileira não seja extinto, ou seja pelo menos reduzido, e nós, o grande público, não tenhamos um acesso a meios de informação que se comprometam APENAS com a verdade.

(*)foto: Ponte Hercílio Luz, Florianópolis-SC (by: Marcelo Cosentino)

02 setembro 2006

A Flor


Uma ótima animação de um dos maiores clássicos do Los Hermanos, A Flor.
Vale a pena conferir!



Los Hermanos - A Flor
Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante
Ouvi dizer
que teu olhar ao ver a flor
Não sei por que
achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar... vai!

Melissa

Como certas situações que a vida nos impõe são desastrosas...
O fato é que existem duas pessoas, passam anos no mesmo colégio, crescem juntos em todos os sentidos. Constituem depois um namoro adolescente, aquele em que ambas as partes inexperientes vão descobrindo situação por situação as várias fases e faces do amor, e, juntos, vão amadurecendo como pessoas.
Uma relação sadia, aonde iam vivendo situações como o primeiro andar de mãos dadas, primeiro beijo, idas ao cinema juntos, ajuda nos estudos do colégio, apresentação do outro sendo o primeiro namorado (a) pros pais. E também iam se apoiando nas situações mais variadas onde se necessitava alguma forma de apoio como doenças, mudanças de casa, bairro, cidade, operações, conflitos de pensamentos, etc. Assim, ambos foram formando suas personalidades, descobrindo seus gostos, conhecendo novos lugares, novos mundos, construindo pensamentos, resumindo: amadurecendo juntos.

E então, chega um dia onde tudo termina. Uma situação normal e corriqueira, afinal, a maioria desses compromissos na juventude ensinam muito e duram pouco. E passam-se anos e anos, onde um dos envolvidos ainda mantém uma admiração grande pela outra parte, e, mesmo terminados e sem muito contato aparente, tempos depois ainda torce para que a vida desta outra pessoa dê certo, que ela seja feliz, que tenha um futuro brilhante.
Só que ao mesmo tempo da torcida, percebe-se que a outra parte pouco se importa com você e que não é capaz de dar nem um mísero “oi”, nem um “oi” virtual. E então, esse envolvido que agiu em vão começa a analisar a história dos dois, a lembrar das boas e más histórias que ambos viveram, a refletir sobre as brincadeiras e infantilidades, o que foi aprendido ao longo dos anos... e começa a achar que é ele quem está errado ao atribuir tanta importância por meras “coisas do passado”. Decepciona-se.
Esse indivíduo confuso tem nome, tem rosto. Chama-se Marcelo, e parte do que ele é hoje se deve a essa pessoa que, infelizmente, o ignora. Se esse texto é escrito hoje, anos depois, é que um sentimento especial ainda existe dentro desse rapaz. Um sentimento que não é amor nem sequer desejo, muito menos algo carnal que talvez possa assustá-la ou fazer com que ela não queria mais manter qualquer contato por estar namorando. O sentimento é algo relacionado à amizade de infância, ao gostar gratuitamente, um sentimento de admiração da outra parte por sua vida passada e atual.
Marcelo tem sua vida, amigos, família, etc. Sabe que coisas do passado não vigoram mais no presente. Como o ditado diz: “o que passou, passou”. Seu erro é admirar e considerar em demasia uma pessoa que, pelo o que parece, se pudesse apagá-lo de sua memória o faria. Seu erro é ainda manter uma gama de sentimentos sinceros e honestos que nunca serão correspondidos. Seu erro, sim, mas não sua culpa.
(*)foto: Praça Barão de Campo Belo, Vassouras-RJ