* O Mundo Olhado *

27 dezembro 2006

2006, um ano em crise.

A retrospectiva de 2006 não me deixa mentir, este foi o ano das crises.

Crise 1 – crise da economia nacional, o baixo crescimento da economia continuou sendo a marca do governo Lula em 2006 – como disse o site UOL. Neste ano, o desemprego caiu um pouco, mas não o suficiente para acabar com números desastrosos para um ano em que a política interna foi completamente encoberta, quase como na Operação Tapa Buracos do final de 2005, mas dessa vez as problemáticas nacionais foram colocadas debaixo do tapete para que fosse efetivada a reeleição do presidente Lula.
O resultado desse fracasso econômico nacional neste ano refletiu-se no comportamento do brasileiro, em 2006 a inadimplência subiu 15,3%. No mesmo período os Bancos lucraram 132,5% a mais.

Crise 2 – crise paulista de insegurança pública com atentados executados pela cidade a mando do PCC. Em oito dias, o governo contou 373 ataques. Oficialmente, 154 pessoas morreram, sendo 24 PMs, 11 policiais civis, nove agentes penitenciários, 110 cidadãos - 79 deles suspeitos de ligação com o PCC. Em 24 penitenciarias ocorreram rebeliões, inclusive na FEBEM. No mês em que o PCC assustou a capital paulista, foram atacados: viaturas policiais, lojas comerciais, batalhões da polícia, policiais a paisana etc. O comércio registrou vendas 90% inferiores. Na mesma época um repórter da Rede Globo foi seqüestrado e solto em troca da exibição de um vídeo onde membros do PCC falavam sobre supostas ilegalidades no regime do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).


Crise 3- Crise atual, crise da aviação. Crise que começou coma a falência da maior empresa aérea brasileira de todos os tempos, a gaúcha Varig foi a falência deixando um grande rombo no sistema aéreo. Mas a crise veio à tona mesmo, quando ocorreu, no dia 29 de Setembro, o maior acidente aéreo da história brasileira. Neste, foram mortos 154 passageiros que viajavam no Boeing 737-800 da Gol. O acidente não trouxe apenas comoção, mostrou a fragilidade dos SINDACTAS e do sistema aéreo brasileiro como um todo. Operadores de controle de tráfego aéreo mostraram suas condições precárias de trabalho, suas faltas de qualificações, a grande maioria nem inglês fluente sabia, mostraram também aparelhos ultrapassados e uma série de pontos cegos no espaço aéreo nacional.
Após a crise já instalada, o brasileiro no final do ano ainda sofre com filas quilométricas e incertezas de vôos nos aeroportos. O problema atual é a TAM, que não conseguiu acomodar o mercado inchado após a falência e a anulação da maioria dos vôos da Varig. Overbooking, ou a venda a mais de bilhetes causam o caos nos principais aeroportos do país. Fora isso, um apagão no Sindacta que controlava vôos no Paraná e o a queda de comunicação entre o aeroporto Galeão no Rio de Janeiro e a TAM contribuíram para piorar a situação.


Crise 4- crise da Copa do Mundo. Para muitos essa não é uma crítica tão séria, mas decididamente futebol é um fator de transformação social e ideológica do brasileiro. Com a seleção sendo considerada a melhor do planeta, com o melhor jogador do mundo e com medalhões clássicos parecia impossível o Brasil não trazer a Taça do Mundo para casa. Mas quando a Copa começou, o brasileiro pôde ver um time velho e sem vontade, com um comandante “parado” e pôde prever o fiasco que seria. Em parte, a crise originada pela perda da Copa foi provocada pela superexposição e pela supoerexploração da Copa e da seleção canarinha pela mídia nacional e internacional. Esse foi o câncer da seleção e esse foi o principal responsável por tamanha desilusão nacional, isso em vista de que os meios davam como certa uma vitória brasileira.

Crise 5– crise de escândalos em Brasília. O ano de 2006 foi marcado por Roberto Jefferson, Palocci, Marcos Valério, CPI do Mensalão, Sanguessuga, Correios, Bingos etc. Este foi o ano em que as denúncias contra políticos e a prova de suas má intenções vieram a tona. Só que, ridiculamente, infelizmente, agindo contra toda a nação brasileira; este NÃO foi o ano em que os culpados foram punidos. Pelo contrário, muitos foram estupidamente reeleitos. A crise da PIZZA em Brasília entre parlamentares, deputados, senadores e derivados foi uma crise fechada, uma crise não exposta na mídia e talvez a pior crise de todas, a crise que fere os direitos dos brasileiros, fere os bolsos, fere a honra e fere a alma. E para os sanguessugas, mensaleiros e derivados o que? Para eles aumento de salário de quase 100%.


Crise 6 - Crise de insegurança pública no Rio de Janeiro. Essa é uma crise antiga, atual e futura. O ano de 2006 foi um ano de crise pública para o Rio que viu milhares de seus turistas serem assaltados, viu o poder paralelo cada vez mais estabelecido, viu a favelização aumentar, viu os crimes de rua aumentarem também, viu gente decapitada em Copacabana e na Rua Bambina, viu tiroteio em plena Nossa Senhora de Copacabana 17 horas da tarde, viu a Linha Vermelha ser chamada de Faixa de Gaza, viu o Caveirão, o carro da polícia que fere os direitos humanos, viu MUITO, mas só se chocou quando a milionária da Gerdau morreu no Leblon.
E pro ano de 2007, eu já antecipo a próxima crise. Guardem esses nomes: Milícias e Polícias Mineiras.

Crise 7- crise diplomática internacional. Este também foi o ano em que a Bolívia estatizou refinarias da Petrobrás, o ano em que nacionalizaram o petróleo e o gás que nós havíamos comprado. Seguiu na mesma problemática a Venezuela e seguirá o Peru.

Crise 8- crise eleitoral. Foi a crise da eleição, crise da memória do brasileiro. Crise de um povo que coloca Paulo Maluf, Clodovil Hernandes, Frank Aguiar, Collor etc.
Foi ano em que vimos em jornais como O Globo manchetes como: Deputados reeleitos citados pela CPI dos sanguessugas serão absolvidos por relatores. Vergonha.



Para 2007: um ano mais justo, mas sério, com políticas sociais e econômicas sérias. Para o próximo ano mais respeito, mais segurança, mais educação e mais força de vontade. O Brasil é um país lindo, é um país que tem futuro, mas é um país onde as pessoas que o controlam são corruptas e pouco fazem para melhoras nossa situação. Que o ano que vem seja revolucionário, que nos traga alegrias! Que acabe com falcatruas e que melhore a sofrida vida do brasileiro.

15 dezembro 2006

Duas Décadas

Dia 14 de Dezembro!
Há exatas duas décadas atrás, nascia no Rio de Janeiro, no bairro do Leblon, no Hospital São Marcelo, um bebê grande, gordo e careca. Vinte anos depois, ainda grande, gordo e careca, mas em proporções diferentes, eu vos escrevo em comemoração ao meu aniversário!

Dia 14 de Dezembro, o dia do Engenheiro de Pesca, o dia do Ministério Público e o meu dia, o dia em que eu nasci, às 08h00min da manhã do ano de 1986, diga-se de passagem, um ano bem agitado, com Copa do Mundo no México, tendo como campeã a Argentina do mestre Maradona; ano da inclusão de Portugal na UE; ano em que foi ao ar o Xou da Xuxa; ano em que Alain Prost venceu na F1, ano do desastre nuclear de Chernobyl, ano em que Elie Wiesel ganhou o Nobel da Paz...

Há 20 anos atrás, quando eu nascia em um Leblon que não era o cenário preferido de novelas, a vida se mostrava mais tranqüila. A violência existia, e era preocupante, mas na época o Rio não passava por crises como as de hoje. Diga-se também, que o Leblon nem era tãooo bem visto como hoje ele é! No lugar onde eu nasci, Hospital São Marcelo (apenas uma coincidência em relação ao meu nome), hoje funciona uma filial da Cultura Inglesa, sinal de novos tempos. O cartório onde eu fui registrado, na Rua Djalma Urich em Copacabana sequer existe mais.
Desde meu nascimento até hoje, muita coisa mudou nessa cidade. A praça onde eu brincava quando era pequeno hoje é a estação de Metrô Cardeal Arcoverde, em Copacabana. A Barra da Tijuca há uma década e meia atrás, era um areal cheio de prédios espaços, hoje, é simplesmente o bairro mais moderno do Brasil e o que concentra uma das maiores riquezas do Rio, a maior quantidade de shoppings, as lojas mais caras etc. Eu lembro ainda, da Rio Eco 92, do Brasil perdendo pra Argentina nas vésperas da copa de 1998 no Maracanã, do Rio com trailers ao invés de quiosques nas praias, da inauguração da Árvore de Natal da Lagoa, do reveillon da virada do século em Copacabana, do show do Roger Waters na Apoteose, do Rock In Rio III, dos projetos urbanísticos que mudaram a cara dos bairros e favelas da cidade, do Metropolitam, da campanha das Olimpíadas Rio 2004 e de muitas outras coisas.

Vinte anos, vinte anos muito bem vividos, obrigados. Tempo em que pude conhecer vários lugares, morar em uns 15 lugares diferentes e em que eu pude conhecer muita gente interessante. Dos lugares lembro de alguns belíssimos como Curitiba, Ilha Bela, Florianópolis, Campos do Jordão entre outros.
Hoje, resta só a saudade e a certeza de que falta ainda muito o que fazer e de que ainda existem muitos lugares e pessoas pra passarem na minha vida e, que nem mais 20, nem mais 40, nem mais 60 anos vão ser suficientes pra nutrir todo meu desejo de conquistar o mundo.

Obrigado a todos que fizeram parte dessas duas décadas!

11 dezembro 2006

E o futuro do turismo interno?

Há mais ou menos sete anos atrás o turismo interno cresceu absurdamente no nosso país, impulsionado pelo aumento constante da moeda americana, o dólar. Pouco explorado e desconhecido de muitos, esta forma de turismo se tornou comum para uma série de brasileiros de todas as classes sociais. A possibilidade de viajar aqui dentro mostrou ao brasileiro um cenário lindo e revelador de vários cantos do país, mostrou também que esta área podia ser muito mais explorada, e foi. Hoje em dia, com centenas de hotéis nascidos, com centenas de novos destinos turísticos sendo apreciados, com uma rede muito maior e muito mais estruturada, o turismo interno prospera.
Nesses sete anos pudemos descobrir paraísos como Bonito, Mato Grosso do Sul; foram construídos resorts fascinantes como os da Costa do Sauípe, na Bahia; Florianópolis teve um “boom” em matéria de turismo e talvez tenha sido a cidade grande que mais tenha atraído novos turistas, estes oriundos de toda a América do Sul, a capital de Santa Catarina foi uma das que cresceu e teve como base o turismo. Há dez anos atrás, Floripa era “apenas” uma cidade interessante, hoje, para muitos, é um sonho a conhecer. As Serras Gaúchas também obtiveram destaque assim como Fernando de Noronha; o litoral sul de Santa Catarina; Búzios, que teve um crescimento monstruoso e impressionante; ilhas como Ilha Bela, Ilha do Mel e Ilha Grande passaram a ser locais disputados por turistas; Minas Gerais se tornou um paraíso turístico para jovem, principalmente no carnaval etc.

Acontece que o dólar, principal responsável pelo desinteresse brasileiro pelo turismo no exterior, vem caindo constantemente e, hoje, dia 11 de Dezembro, alcançou a marca de 2,1385. Um valor muito baixo em comparação aos mais de três reais que a moeda americana chegou a valer nos últimos anos. Para o Greenspan, o dólar ainda vai enfraquecer mais nos próximos anos.
Aliado a esse problema, o brasileiro chega ao período de férias munido também de problemas aeroviários originados por vários motivos e por crises de segurança pública nas principais cidades que recebem turistas como Rio, São Paulo e Recife.
Neste cenário, nos resta apenas esperar para ver se ou o brasileiro vai continuar conhecendo seu país cada vez mais e mais barato, como se adaptou a fazer nos últimos anos, ou, vai voltar a gastar dinheiro no exterior, como fazia antes. O turismo hoje em dia é um dos fatores econômicos principais de uma nação, não há ganho financeiro mais bem-vindo do que o do turista. Nosso país, que se estruturou tão bem nos últimos anos para NOS receber e para receber os estrangeiros em matéria de turismo, hoje em dia dá um exemplo de como não deve ser tratado um visitante. Filas quilométricas nos aeroportos, pouca estruturação em matéria de engenharia de tráfego, crise de segurança pública, entre outros, apagam a chama que foi brilhantemente acesa há mais ou menos sete anos. Para o futuro, resta ao brasileiro esperar cessar a alta temporada para saber se ele acreditou no país, ou se ele retomou sei costume de uma década atrás e foi para “ os estrangeiros”.


01 dezembro 2006

Meu Calendário para Dezembro.06

1º de Dezembro...

A árvore da Lagoa se ilumina (a maior árvore de natal flutuante do mundo);
Já é natal na Leader Magazine há algum tempo;
Algumas lojas de shoppings já colocam aqueles gorros natalinos horríveis e quentes em seus funcionários (isso mesmo com o calor INUSPORTÁVEL que está fazendo no Rio),
E todos já estão em clima natalino, compram o peru, tender, as nozes, presunto doce;
Montam a árvore de natal...

Bem, o fato é:
Natal – 25 de Dezembro.
Meu aniversário – 14 de Dezembro.

Se o natal, que pra mim não significa nada, não muda minha vida e só serve pra comer as comidas horríveis que sobram do dia 25 no dia 26 e talvez até no 27; pode ser comemorado com até DOIS MESES de antecedência da sua data real, por que então eu não comemoro o meu aniversário antecipadamente também?
O meu aniversário sim, influi na minha vida, é MEU, tem importância pra mim. E considerando que hoje em dia somos nós quem escolhe a data exata e a duração das comemorações como Páscoa e Natal, como ninguém até hoje não pensou em fazer isso com o próprio aniversário?


Então, seguindo a tendência do mercado, eu declaro que de HOJE, 1º de Dezembro, até o dia 14 do mesmo mês já é meu aniversário. Recebo presentes e parabéns com a mesma intensidade sejam dados hoje, amanhã, dia 10 ou dia 14. Agora não faz mais diferença.
Ah, e ao mesmo tempo, o natal que já começou pra muitos, bem, o meu vai começar a partir do dia 17 de Dezembro. Por quê? Fácil, pra não haver nenhuma confusão entre presentes natalinos e presentes de aniversário. Ou seja, quem quiser me dar presente de aniversário terá até o dia 14 para o faze-lo, e quem quiser me dar um presente natalino o fará a partir do dia 17.

E quem der no dia 15 ou 16?

Bem, se alguém resolver me dar um presente no dia 15 ou 16, ele, o presente, entrará na lista de benevolências gratuitas, não sendo considerado um presente de aniversário e nem um presente natalino.

A partir dessas datas, cálculos e comemoração eu estabeleci MEU calendário 2006:

1º de Dezembro
até > Meu Aniversário.
14 de Dezembro




17 de Dezembro
até > Natal.
25 de Dezembro


E entrando nesse clima de fazer o próprio calendário, quero adiantar que o meu Reveillon também será estendido. Provavelmente ele começará dia 28 de Dezembro de 2006 e terminará dia 03 de Janeiro de 2007. Mas fico a confirmar.

Obrigado por se adequarem ao meu calendário.

Marcelo Cosentino

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Obs. – Tanto Natal, como Páscoa, como dia das crianças, como aniversário ou quaisquer outras datas comemorativas não passam de datas fictícias e que só existem pelos fins lucrativos que elas podem gerar ao mercado.
Obs. 2 – Esse texto não é sério. Quero mais que aniversários e natais se explodam. Isso é uma crítica ao que a gente vem cultuando, comemorando e seguindo. Será mesmo tudo isso necessário?
Obs. 3 – Que acabem com as comidas natalinas que além se serem HORRÍVEIS, não tem nada a ver com a nossa cultura. Onde já se viu brasileiro comendo Peru e Nozes? Viva o bife com batata frita, viva a empada, o pão de queijo, acarajé, barreado, churrasco, feijoada, tapioca etc.